domingo, 21 de março de 2010

direto de Doha

Escrever com sono e escutando Tom York, que às vezes parece mais um gato escaldado miando é complicado, mas, todavia vamos lá...

As aventuras no deserto estão com os dias contados, graças a Alah.

Fred foi pra Muscat em troca de paz, tranqüilidade, bom salário, rehab e foco na vida profissional, já que minha experiência foi deveras requisitada.

O que encontrei em Muscat foi um inferno com areia.

Tive problemas com as poucas pessoas que tentei fazer amizade. Conto três bons colegas que podem-quem-sabe-um-dia virar amigos. (não está nesta conta a fofa de hospício da Embaixada Brazuca que conheci) O resto quer meu fígado (que já não vale muito) com tabasco, curry e leite de camelo na encruzilhada mais próxima. (acredito que tenha feito muitas referências ecumênicas nos meus posts, será a hora de virar o disco?)

Tive problemas com a família vizinha ao lado pelo fato de dançar sozinho no meu quarto com a janela semi aberta, por deixar as janelas abertas e ficar sem camisa num dia ensolarado, fazendo faxina. O problema chegou até a polícia!

Tive problemas com a empresa que não cumpriu com dez por cento do contrato assinado, o que me fez entrar com um processo na corte local contra a tal empresa. Tive uma discussão fervorosa, (que parecia mais uma sessão axé-na-mesquita) com os donos da empresa. Vi-me por um momento enforcado por uma naja, queimando no mármore do inferno. Tive medo de virar Jean Charles das arábias. Só os pormenores desta desavença entre Fred e Empresa rendem um livro. Com o tempo vou contando pessoalmente pra quem tiver que contar.

Tive problema nos rins. Fugi a vida inteira da matemática  - enquanto no colégio – e hoje trabalho com engenharia e ganhei um cálculo, renal!

Tive problemas com a imigração e tive que pagar multa por sair do país com um dia de atraso e visto vencido – nada que uma multa de dez Rials não resolvesse. A culpa foi do processo judicial, quee no final não necessariamente me prejudicou em retornar ao país ou sequer nos tramites na corte.

Tive problemas com os taxistas e com todos os demais que me encheram o saco perguntando no mínimo três vezes por dia se eu sabia jogar futebol.

Tive o surto de aguardar o resultado do julgamento da minha ação em Berlin, (de volta a vida mundana da qual pertenço), de desistir da Ilha do Sol e seus camelos e de voltar para a querida Terra de Vera Cruz quando conveniente (espero que não pague língua e volte pra Muscat, sou um pagador e tanto, de língua!).

Agora estou em Doha, sentadinho no chão do aeroporto, onde aguardarei por mais 7 horas meu vôo pra Berlin, na bela companhia de um maluco russo bêbado que parou para gritar, obviamente, ao meu lado.

Meu lap top está conectado à internet (full connection), mas não tenho acesso. Coisa das arábias.  

ps: este post está atrasado alguns dias. não tive tempo de upload it until today. Estou em Berlin desde terça última e putz.. perdi a conta das histórias que já passadas..

quarta-feira, 3 de março de 2010

likewise


saudades do Rio??
aqui também tem inundação! As estradas tão bem planejadas e as ruas tão mal planejadas não possuem bueiros, nem qualquer sistema de captação de águas da chuca celeste, portanto é alagados total!

e mais, quando o temporal cai pela manhã, ninguém vai trabalhar. Dia de chuva parece ser feriado...

Meu Querido Rim II


Chegando ao hospital, fiz todo o drama necessário para ser imediatamente medicado. Como de praxe, tive que tomar a dose mais alta de todos os remédios. Geralmente as coisas não batem em mim tão rápido e com tanta eficácia.

O acontecimento funesto ficou por conta das quatro malditas-benditas injeções, para as quais, paguei bundinha.

Eu tinha medo das enfermeiras indianas e, acordar de noite de cara para um pinguim azul (enfermeira árabe de burca azul) foi um tanto 70's. 

Resolvido o problema da dor e enviados ao laboratório exemplos de tudo que saiu de mim durante o processo, fui encaminhado ao meu quarto.

visão turva, louco de analgésicos, a caminho do meu quarto. Dei um boost na cadeira de rodas e fui corredor abaixo com duas enfermeiras correndo atrás de mim...


online com o soro.

meu quarto 1

meu quarto 2

O conforto do meu quarto me fez pensar três vezes se eu realmente queria voltar para casa ou não. Havia três opções no cardápio para as três (não agüento mais esse número) refeições diárias. TV a cabo, internet, comida boa, com direito a saches de sal e pimenta!! E sorvete de sobremesa!!!

Dormir foi um problema apesar de todo o conforto. Eu estava plugado no soro e este ligado a uma máquina que coordenava a injeção. A máquina é importante, pois, se algo não estiver de acordo ela apita. Aí é onde o inferno começou.

Eu mexo muito na cama. Assim, me enrolei na porcaria do soro e cortei o fluxo várias vezes. A querida máquina não parava de apitar. Chamei a enfermeira seis vezes em apenas uma noite. No final das contas acho que ela já queria enfiar o soro... bem...bom.. deixa pra lá.. ou pra Doctor Lala (haahh)

Fiz inúmeros exames e como sempre, malabarismos foram necessários, uma vez que as máquinas de raios-X e macas nem sempre me cabem. Para tirar o raios-X do meu rim foi necessário duas placas, que juntas, resultavam na imagem completa requisitada pelo médico.

Achada a tão procurada pedra, vamos à solução do problema.

Doctor Lala (hahahhahahah) me fez beber litros e mais litros de água com diversos diuréticos para que eu mijasse a porcaria da pedra, o que não aconteceu. Foi nesta hora que decidi interferir e ajudar na solução para o problema.

_ Eu não quero mais ficar aqui neste hospital pagando altos custos. Se em dois dias quase mijando perna abaixo a maldita pedra não saiu, não sairá agora! Portanto, laser it, ou, abra e retire logo isso, já que eu tenho mais o que fazer!

Doctor Lala (hahahhaha) me pediu um mês de descanso e muito líquido, depois, uma nova consulta, e caso o problema persistisse, agendar o laser em outro hospital. Resultado: no dia seguinte eu estava no outro hospital agendando o procedimento a laser. Dou de cara com quem? Doctor Lala aff............

Dia 17/03 voltarei ao hospital.

Meu Querido Rim I

Esta história já é passada, mas uma nova roupa com certeza dá um novo brilho.

Meu querido Rim I

Tive uma experiência semi-Daime há algumas semanas atrás. Ao chegar da academia fui tomar banho. Fiz xixi e a situação saiu da cor de batida de amendoim. Como não estava na festa do Sana, entrei em pânico, liguei para todos os amigos médicos do Brasil, e fui dormir.

No dia seguinte ui-rinei estranho de novo acompanhado de dores nas costas. Fui a uma clínica que fez exames NA HORA. Nenhum problema foi constatado. Fui recomendado descanso. Hahaha. O problema poderia ser o excesso de exercícios na academia.

Os exames de sangue e urina tiveram resultados em uma hora apenas. Tive medo. A enfermeira cujo rosto parecia mais a face mais bela da Lua, de tantas crateras, tirou sangue de mim sem luvas, ajoelhada no chão e sem que meu braço ficasse amparado por aquela “parada” onde colocamos – obviamente – o braço, nos laboratórios no Brasil.

Os resultados dos exames foram tão apurados que depois de mais uma noite na academia (sim, não descansei) incorporei trinta exus de uma só vez. Parecia que eu estava em um campeonato de street dance e meu estilo era axé-techno-macumba-kuduro. Muita dor.

Torce, retorce, procuro, mas não vejo/ não sei se era rim ou se era praga mesmo. Fervi de dez da noite até as três da manhã quando tive forças de sair pela rua, torto, vomitando e com uma cara linda, a procura de um taxi.

Ao achar finalmente um taxi – depois de tempos e um kilômetro andado – fingi aparentar certa consciência e: Can you take me to the Muscat Privet Hospital, please? It’s urgent!

Tinham três jovens meninos no taxi, que aparentemente estavam apenas fazendo companhia para o motorista (hahaha). No carro havia um incenso fedido carburando (odeio), música árabe alta (odeio) e, passados vinte minutos eu ainda não estava no hospital. Motivo: não sabiam o caminho e eu tive que dar as coordenadas (odeio).

O que a academia tem a ver com tudo isso?? Transpiração em excesso e deslocamento da pedra dentro de mim-rim devido aos exercícios aeróbicos. 

...continua

A Volta!

Okay…

Como já disse antes, tenho sérios problemas com continuidade, e que uma astróloga há anos atrás me disse que o fato deve-se a uma trava karmica, caso contrário eu seria uma locomotiva destrambelhada, desenfreada. Tenho medo de imaginar.
Parei o Blog primeiramente devido a minha k-trava e depois porque como sempre uma sucessão de eventos me sacode, todavia, a pedidos, vamos lá!
f

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Demais para apenas uma noite!


A cada dia me surpreendo mais com a série de fatos, digamos, no mínimo estranhos que acontecem comigo. Creio que se o ritmo continuar assim serei obrigado a desistir do Blog, pois a seqüência de desastres demandara muito tempo junto ao teclado.
Na seqüência, os fatos...

1)     1)  Fui comprar outro celular e outro chip. É bom separar o joio do trigo, celular empresarial, celular pessoal. Ao chegar na Nawras (operadora) fiz minha requisição e entreguei meus documentos para cadastro. Ao assinar o cadastro percebi que meu nome era Rio de Janeiro e a cópia que deveria ser do meu passaporte, era do meu visto dos USA. Ao tentar explicar que tudo estava errado no cadastro, a “colaboradora” me disse: it’s ok, it’s ok! Ou seja, meu nome a partir de agora é Rio de Janeiro e meu número de cadastro junto a Nawras é o número do meu visto dos Estados Unidos.

2)     2)  Fui malhar. Para começar meu instrutor faltou e meu plano de exercícios estava provavelmente somewhere over the rainbow, por que ninguém sabia onde estava, e, como a seqüela aumenta a cada dia, nunca sei a seqüência correta da malhação. Ao terminar de fazer o que eu quis, pensei que pegar saunazinha, depois uma duchinha (detesto essa mania carioca de falar) fecharia a noite com chave de ouro. Pois bem, após incríveis 2 minutos de paz, entra num chinês e mesmo eu olhando para o teto, ele puxa assunto.  
          Eis o rico diálogo:

(f = Fred, c = Chinês)

C: hey! Which country you come from?
F: Brazil
C: so you Brazilian?
F: I think so
C: aha! Now I know how a Brazilian look like
F: anyone can look like Brazilian
C: that is because you look very latin
F: I am a mix of English, Italian and Portuguese, then, pretty much Brazilian
C: aha you look very British
F: aff….
O chinês então tira a toalha que envolve cintura, fica de cuequinha e de pau duro!
F: for fuck sake!

E deixo a sauna. O chinês sai, e vai embora com a graça de nana roxa. Eu considero isso uma experiência a lá parque shangai (aquele que fica ou ficava na Penha)
Volto para a sauna, e entra um indiano. Um minuto depois a sauna fede a carniça podre. Vou embora cuspindo marimbondos.
Eu me pergunto: why?????????????

ps: este editor põe trema em tudo!! que ódio!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

FotoNovela - A Nova Musa

Papai, nao esquece da minha Scanea nao, heim?!?!?!


Poooo, qual e, vamos bater isso direito!!!!!!!!!!!

Tah bom pra caraiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Valeu, sangue!

Mas me dei mauzzzz


perdao, mas com teclado arabe, esta complicado colocar acentos

Rapida

Hey..

Acabei de ter um insight.. depois de passar um tempo no deserto e ver tanta terra improdutiva, por que nao trazer o MST para Oma???????? Bora fazer uma peticao no facebook ja!!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Deserto

Passei dois dias incríveis no deserto, em Mukhaizna. O provável lugar onde Judas perdeu tudo.
Não é uma cidade, é uma área a uma hora e meia de vôo de Muscat, onde há uma planta de exploração de petróleo. Próximo a esta planta, ficam as áreas das empresas prestadoras de serviços, que possuem seus “assentamentos”.


Já passei por uma experiência na Venezuela onde voei praticamente numa Brasilia. Desta vez viajei de aero Variante. Este concreto onde encontra-se o avião é o pátio para embarque e desembarque, a pista do aeroporto em si é de areia e terra mesmo.

A primeira coisa que fiz que ao desembarcar foi tirar esta foto, a primeira coisa a me acontecer foi o enorme esporro-coió que tomei por tirar esta foto. É proibido tirar fotos. 

Antes de chegar a Base, fizemos uma pequena parada para comprar mantimentos. 

                                      


Este primeiro barraco com a porta aberta é um mini mercado, onde compra-se de tudo, pois é a única fonte de mantimentos, o segundo barraco é uma barbearia. Hush Hush aqui faria sucesso e muito dinheiro.. Alô Gisele!
Detalhe: o banco mais próximo fica a 100km. 

Chegando à Base (tem ou tem crase heim?) fui muito bem recebido, praticamente com honras de Estado. Estado de calamidade pública!


O acampamento não é fofo? E tem ar condicionado bombando!

Durante o perído que trabalhei, visitei diferentes acampamentos e me senti péssimo. Os trabalhadores ficam 6 meses internados no pré-inferno, com direito a um mês de férias, de volta aos países de origem. Índia, Paquistão, onde-é-que-está-quistão... Eles ficam sem uma mulher, uma boneca inflável e comendo curry todos os dias! O turno é de 8 horas por dia de trabalho, porém na prática são 12 horas e sem o pagamento correto das horas extas. A média salarial é de US 200.00 por mês. O trajeto de Muscat para Mukhaizna para os "peões" é feito de ônibus - 9 horas de viagem.

Obviamente eu dormi em um alojamento individual, com 2 trancas na porta e um cinto de castidade. Tive medo do que poderia acontecer durante a noite.

Curiosidades

* A temperatura durante o dia (já que eu fui no inverno) tinha pico de 28 C, de noite 19 C. Já no verão me disseram que o pico é de 58-60 C. Só uma burca espelhada para aguentar isso, impossível!!!!
* No verão passado choveu uma vez, por pouco tempo;
* Rola sempre uma tempesdade de areia aqui, outra acolá;
* Os animais do deserto são em sua maioria como os animais das reuniões de condomínio, todos peçonhentos. Exceto as milhões de moscas enormes.

aranha camelo, acredito que debaixo das burcas deve assim também



escorpião



minha vizinha fofa de hospício

Questionei sobre a frequência destes animais no acampamento. ACONTECE! Uma cobra foi achada dentro de uma privada no mês passado e o último a ser picado pela aranha camelo ficou 3 dias sem adandar. 

Ao final de dois dias retornei são e salvo a Muscat, pronto para mais um final de semana, que será o tópico do próximo post.

beijo pra quem é beijo, abraço para quem é de abraço,

Fred Taylor

Rápidas

·         * Um colega gringo foi a um órgão público resolver uma pendência. Saiu com uma proposta de 100 Rials (moeda local) para “ferver” com o tal funcionário público;

·        *  Fui a Embaixada Brasileira para que fosse feita a tradução da minha carteira de motorista para árabe, agora devo ir ao “DETRAN” daqui e pedir o reconhecimento do documento e solicitar o documento daqui. A Embaixada disse que os homens conseguem, mas as mulheres nunca, e há muitos casos onde para conseguir a carteira, é preciso pagar 350 Rials de suborno. Vou arrumar o primeiro escândalo!
      Na prova prática para obtenção da carteira de motorista os carros possuem câmbio mecânico para os homens, as mulheres fazem prova com carro hidramático kkkkkkkkkk

Trabalho

Olá..

Paciência sempre foi uma palavra chave entre zilhões de outras que tangem o nosso Trabalho.  Paciência é o que o eu mais exercito aqui, se queimasse calorias então eu estaria no caminho certo. Infelizmente, só aparenta queimar neurônios.

Trabalhar em uma empresa 100% Omã significa esquecer-se de tudo aquilo que você jamais pensou em esquecer. É uma afronta direta e sanguinária a todos os anos dedicados ao conhecimento.
Sim, sou e sempre serei exagerado, além de outras coisas, mas, neste momento sou extremamente sincero. Obviamente algumas outras empresas que não conheço podem ser diferentes, mas pelo que vejo e ouço, é praticamente como descrevo.

Quer um exemplo?

Participei de um evento organizado pela PDO (Petroleum Development Oman), a Petrobras local, onde a empresa explicou a proposta lançada ao mercado para um novo contrato recheado de petrodólares. A PDO oferece um bônus de 20% sobre o valor total do contrato para a empresa que terminar-lo dentro do escopo do próprio contrato. Heim? É isso mesmo. Um prêmio para quem conseguir fazer direito, ao invés de multas e cancelamentos... 

Às vezes acho que estou virando Alice..

Não existe Gestão de Pessoas. Nem de nada. Tive um motorista que por ficar com o carro da empresa durante o final de semana foi enviado para cadeia como punição imposta pela empresa. Divago bastante sobre o que pode eventualmente acontecer comigo se eu perder a chave do escritório.... Ácido na cara, apedrejamento, vestir burca, perder os dedos, virar primeira dama da cadeia..

As empresas locais se gabam por ter certificação ISO 9000. Esta norma é de 1987!!!!!!!!!!!! "Estamos" na ISO 9001:2008 e ISO 14000 (este último refere-se a gestão ambiental das empresas. Essa não deve ser muito difícil de implementar aqui, ainda não vi um rio sequer. Só tem areia)

Os “colaboradores” não sabem trabalhar bem com Microsoft Outlook, Visio, Project, etc. Os projetos não têm orçamento feito como tia varizes e tia menopausa ensinaram na “facu”, o valor total foi decidido assim como escolheram a cor da burca para ir à mesquita, e o sistema contábil faz referência apenas ao regime de caixa e não ao regime de competência. Ahh não existem contas contábeis também.

Pergunta: como é que eu consigo trabalhar????



A maioria das requisições levam séculos para serem atendidas. Seja porque é hora de rezar ou porque simplesmente Alá não quis. É muito fácil botar a culpa nos outros.... tadinho de Alá.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Homesick?

Nos mercados há uma certa variedade de produtos Brasileiros..

Carro da KIA, bem popular aqui...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Bem Vindos!

Olá...

Cansado de contar a mesma coisa 300 vezes, resolvi criar este Blog para registrar a maior parte possível das minhas experiências em Mascate, no Oriente Médio, e por ventura demais viagens, sejam elas elucubrações, geográficas, mix ou whatever. Para que todos meus amigos que lêem em português tenham acesso, e para que eu gaste menos as pontas dos dedos.

Erros de Português serão constantes, pois faz tempo que deixei a escola e a gramática após o advento da internet ficou a deriva.

Vim para Mascate através de uma proposta de emprego, trabalho com desenvolvimento de negócios em exploração e produção de petróleo. BORINNNNGGGGGGGG........

Cheguei há quase três semanas e ainda estou me acostumando a tudo e a todos. Tive uma viagem típica ao meu estilo, ou seja, problemática. Vôos atrasados, problemas no check in. Na minha proposta foi dito classe Business, mas voei de econômica. One way ticket apenas,  pois aqui o conceito de que, comprar passagem de ida e volta sai mais barato, ainda não chegou. Eu cheguei, mas minhas malas não. Minha residência não estava pronta e fui alocado em um hotel horrível. O restaurante do hotel era indiano, não consegui entender nada no menu e acabei tendo curries fortes  no café da manhã, assim como diarréia.

Quando finalmente minha acomodação ficou pronta, não recebi um apartamento como dito, mas sim uma suíte – pelo menos enorme - em uma casa de 6 quartos onde no máximo 2 dos demais quartos são utilizados por gerentes em transito, que precisam pernoitar em Mascate. Resultado: em no máximo 3 meses estarei com MEU apartamento, para tal preciso aguardar meu visto de residente primeiro, que está por vir. Aliás, mania de grandeza é o que “rola a solto” aqui.

Mascate é uma mistura de Bahia com Barra da Tijuca e com o jardim de inverno do inferno, e também não ferve por nada. Digo, o povo não ferve, e porque o verão é a estação ferve-miolos, rola 50 C tranqüilo.  Já comprei minha burca fps 100. O trânsito é muito organizado, engenharia quase perfeita, graças é claro ao conhecimento estrangeiro, principalmente Britânico. Os laços entre o Reino Unido e Omã são grandes e tudo é feito de acordo com os padrões de UK. Das tomadas aos postes das ruas. Foi-me dito que o Sultão local venera tanto UK que usa até a família real Britânica como exemplo para as famílias locais. Ai Jizuiz, o que será deste lugar???

Até a década de 70, segundo relatos, este lugar vivia em um sistema praticamente medieval. Não é difícil constatar isso, basta passar 5 minutos em uma empresa local. As particularidades do mundo empresarial local serão tópicos de um próximo post.

Voltando a mania de grandeza de Mascate, os shoppings são enormes, as vias principais rodoviárias são enormes, tudo é longe, precisa-se de carro para tudo. Os carros são enormes e as casas gigantescas. Consciência verde aqui não existe (pelo menos não vi, o desperdício de tudo é notório), enfim são emergentes...

Sinto saudades das pessoas nas ruas do Rio, nos botecos.

Tudo em Omã funciona a passos de tartaruga. Inshalla, se Deus quiser. Se não houve tempo para fazer é porque Alá não quis, primeiramente rezemos 5 vezes ao dia. Respeito totalmente, mas me irrrrrriiiiiiiiiiiitttttttaaaaaaaaaaa..............

Beber aqui (refiro-me a encher a cara) é complicado. Pode-se beber e fumar sem restrição nos hotéis de luxo, que são muitos, portanto os bares e restaurantes mais freqüentados são os dos hotéis. Freqüentados não somente por gringos como por locais. O povo local aproveita para dar uma escapadinha e tentam se esconder de Alá nos inferninhos dos hotéis, bebendo, jogando, fumando and cruising.

Quem é gringo pode aplicar para uma licença de álcool, que permite a compra de bebidas alcoólicas (jura?), obviamente que sejam levadas diretamente para casa. Comparo o processo de obtenção desta licença com o processo de aposentadoria da minha mãe. Ihhhh vai demorarrrr...

Em geral o povo daqui é muito acolhedor. Comunicação certamente é um problema sério, o que me tira do sério quando preciso de um taxi, ou apenas conversar com meu motorista. The book is on the table aqui é: The book (pausa e dedo indicador apontando a direção) table. fico também de saco cheio de repetir que não jogo futebol porque simplesmente não gosto, muito menos tenho talento.  Consegui até um ótimo desconto no taxi apenas por ser Brasileiro e falar de Seleção até minha casa.  

Uma coisa intrigante neste país é a demagogia barata. Reza-se muito, todos os dias, e escuto a “pregação”zumbizando no meu ouvido direto das mesquitas. Alguns mulçumanos enchem a cara as escondidas como contado acima. Sexo, apenas depois do casamento. Por isso, a putaria rola solta entre os homens. Tudo começa na adolescência e não para depois do casamento. A maioria dos homens aqui possui um “melhor amigo inseparável”, credito a este fato, a incapacidade sexual feminina e suas limitações. E também já que o povo pegou o gosto pela outra coisa, parece difícil de largar o osso.

As estatísticas mostram que praticamente não há incidência do vírus HIV em Omã, e no hospital geral há apenas 2 leitos para Omanis (como são chamados os cidadãos de Omã) contaminados, todavia o que rola por aí é que a situação é crítica. Sexo é praticado sem proteção, já que não há educação sexual, e por aí novamente vai...

Apesar de TUDO, me sinto bem aqui, e espero que quem leia o Blog também goste, caso contrário, WHATEVER....

Perguntas serão carinhosamente respondidas, e são de extrema importância para que eu aprofunde minhas percepções e meu conhecimento sobre esta Terra.

Obrigado,
Fred Taylor